quinta-feira, 10 de março de 2011


Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Pois metade de mim é o que grito
A outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que o homem que amo seja pra sempre amado
Mesmo que distante 
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece
Nem repetidas como fervor
Apenas respeitadas 
Como a unica coisa 
Que resta a uma mulher inundada de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corroí por dentro 
Seja um dia recompensada
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro te dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei
Que não seja preciso mais do que uma alegria 
Pra me fazer aquietar o espírito
E o que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
E outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade para fazê-la florescer 
Pois metade de mim é platéia
A outra metade é canção
E que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

 



Beijos 

Zanza

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